"Fora da Caridade não há Salvação"

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Pense e Reflita

História do espiritismo

jesus



Origens.

Do xamã da América, passando pelo griot ou pelo marabuto islâmico na África, os personagens encarregados de contactar com o mundo dos espíritos (de que o submundo é uma parte), ou pelo contrário, encarregados de impedi-lo, são característicos de múltiplas culturas.

O espiritismo moderno é geralmente apresentado como a continuação de uma tradição ancestral comum à maior parte das civilizações.

A pré-História.

A crença em uma vida após a morte surge primeiramente em fins do período Paleolítico, expressa pela prática de rituais de sepultamento dos mortos e em culto aos ancestrais.

A antiguidade Oriental.

No Antigo Egito, o culto dos mortos atesta a sobrevivência do espírito, constituindo-se o Livro dos Mortos em um guia com preceitos e orientações para a viagem após a morte.

No Antigo Testamento, encontram-se diversas passagens alusivas a fenómenos mediúnicos, nomeadamente no Livro dos Números e no Deuteronómio. Numa delas, Moisés proíbe pitonisas e feiticeiras de se comunicar com espíritos. Por outro lado, aprova as atividades mediúnicas de Eldad e Medad. Em outro trecho, Saul, primeiro rei de Israel, consultou a chamada Bruxa de Endor para evocar o espírito do profeta Samuel.

A civilização minoica também praticou o culto aos mortos.

A antiguidade clássica.

Na Grécia Antiga, era prática corrente a consulta aos oráculos, em busca de conselhos, auxílio e previsões do futuro. O mais famoso localizava-se no Templo de Delfos, dedicado ao deus Apolo, onde a pitonisa, após um banho ritual em uma fonte sulfurosa, sentava-se numa trípode (banco de três pernas) e, entre vapores de enxofre, a mascar folhas de louro (árvore sagrada de Apolo), entrava em transe e transmitia as palavras do deus. No poema "Odisseia", Homero narra o diálogo entre Ulisses e a alma de Tirésias, oráculo de Tebas. O filósofo Sócrates acreditava na imortalidade da alma. O tirano Periandro, de Corinto, consultou a alma de sua mulher (que ele próprio havia mandado degolar).

Na Roma Antiga, cuja religião sofreu forte influência dos antigos gregos, um festival, a "Parentalia", celebrado anualmente de 13 a 21 de fevereiro, homenageava os mortos. Durante o resto do ano, as mensagens do além eram recebidas e interpretadas pelos arúspices, personagens que interpretavam os presságios. Complementarmente, as sibilas entravam em transe para consultar os espíritos sobre as inquietudes da população. Cícero, na obra "Tusculanae", afirma que o seu amigo Ápio conversava frequentemente com os espíritos, e que no lago Avernus, sombras dos mortos apareciam na escuridão.

É através dos romanos que temos conhecimento dos druidas Celtas, que afirmavam que os homens constroem o seu destino com as ações praticadas neste mundo. As lendas de sua mitologia estão repletas de "espíritos protetores". Numa delas, o guerreiro Vercingétorix conversa com a alma de heróis mortos em combate.

A Idade Média.

No contexto da Guerra dos Cem Anos, a francesa Joana d'Arc afirmava ouvir "vozes sagradas" desde menina. Entre essas destacavam-se as de São Miguel, Santa Catarina e Santa Margarida, que a incentivavam a lutar contra os ingleses. Giordano Bruno, na obra "Il Candelaio" (1582), regista a sua convicção da possibilidade de conversar com os mortos.

Precursores.

John Dee (1527-1608) foi um matemático e astrólogo inglês que testemunhou a comunicação com os anjos através de médiuns.

Jakob Böhme (1575-1624) foi um filósofo e místico luterano alemão. as suas ideias conquistaram muitos seguidores em toda a Europa e os seus discípulos ficaram conhecidos como os boehmistas.

Emanuel Swedenborg (29 de janeiro de 1688 – 29 de março de 1772) foi um cientista e filósofo sueco. Formado na Universidade de Uppsala no equivalente hoje a Engenharia de Minas, viajou pela Inglaterra, os Países Baixos e a França. Ao retornar ao seu país, Carlos XII da Suécia convidou-o para aluno do inventor Christopher Polhem, uma das figuras mais importantes no processo de industrialização do país.

Abalado pela morte do pai em 1736, passou a empregar o seu tempo livre para provar a existência da alma, o que desembocou num estudo de anatomia. Anos mais tarde, em 1743, durante um jantar em Londres viu um espírito que lhe disse: "Não coma demais". A mesma entidade manifestar-se-ia mais tarde, acordando Swedenborg de seu sono, identificando-se como Jesus Cristo e comunicando-lhe que o cientista tinha sido escolhido para revelar ao mundo o significado da Bíblia.

"O mundo dos espíritos abriu-se para mim" - Swedenborg

De 1747 até à sua morte, em 1772, viveu em Estocolmo, nos Países Baixos e em Londres. Durante esses 25 anos redigiu 14 trabalhos de natureza espiritual dos quais a maioria foi publicada durante a sua vida. Considerado um farsante por Immanuel Kant e um poderoso médium por Arthur Conan Doyle, as suas ideias encorajaram novas correntes de pensamento, como o Martinismo e a Teosofia.

Franz Anton Mesmer (23 de maio de 1734 – 5 de março de 1815) descobriu o que chamou "magnetismo animal", também referido como "mesmerismo". O desenvolvimento das ideias e práticas de Mesmer levou o cirurgião escocês James Braid (1795–1860) a desenvolver o hipnotismo em 1841.

O espiritismo incorporou e conservou algumas práticas inspiradas ou diretamente tiradas do Mesmerismo, entre as quais o passe, e a chamada "água fluidificada" (fluidoterapia), utilizada como um remédio para o corpo físico e o corpo espiritual.

Justinus Kerner (1786-1862) publicou em 1830 o relato de suas observações sob o título "Die Seherin von Prevorst, Eröffnungen über das Leben - Menschen und über das Hineinragen einer Geisterwelt die unsere" ("A vidente de Prevorst, considerações iniciais sobre a vida interior do ser humano e a intervenção de um mundo dos espíritos no nosso").

Andrew Jackson Davis (1826-1910) sem qualquer educação científica foi capaz de produzir livros muito complexos para a sua época. Ditava os seus textos enquanto se encontrava em um estado de transe profundo e adquiriu nos Estados Unidos uma reputação de médium e de magnetizador.


As irmãs Fox - Catherine "Kate" (1838–1892), Leah (1814–1890) e Margaret (1836–1893) -, tiveram um papel decisivo no surgimento do espiritismo. Eram filhas de David e Margaret Fox, e foram residir em Hydesville, Nova Iorque. Em 1848 a família começou a ouvir sons de pancadas inexplicados. Kate e Margaret realizaram sessões de canalização numa tentativa de contato com a suposta entidade espiritual que promovia os sons, e declararam ter estabelecido contato com o espírito de um mascate que fora alegadamente assassinado e enterrado sob a casa. Um esqueleto, posteriormente encontrado na cave pareceu confirmar isso. As irmãs Fox tornaram-se imediatamente em celebridade. Faziam demonstrações da sua comunicação com os espíritos usando batidas e pancadas, escrita automática (psicografia) e depois até comunicação de voz (psicofonia), quando um espírito tomou o controle de uma das meninas.

Os céticos suspeitaram que isto foi apenas um engano inteligente e uma fraude. De fato, Margaret posteriormente confessou a utilização das juntas dos dedos dos seus pés para produzir sons. E embora tenha vindo a retratar-se desta confissão, tanto ela como a sua irmã Catherine ficaram amplamente desacreditadas, tendo vindo a falecer na pobreza. Todavia, a crença na capacidade de comunicar-se com os mortos cresceu rapidamente, constituindo um movimento religioso chamado moderno espiritualismo, e contribuindo em grande medida para as ideias de Allan Kardec.

Logo após as notícias acerca das Irmãs Fox terem chegado à França, o interesse do público foi despertado pelo que por vezes foi denominado de "telégrafo espiritual". No início uma mesa girava com a "energia" dos espíritos presentes através de um ser humano intermediário (de onde a expressão "médium"). Mas, como o processo era demasiado lento e embaraçoso, um novo foi criado, supostamente por uma sugestão dos próprios espíritos: a "tábua falante".

Os primeiros exemplares de "tábuas falantes" eram cestos atados a um objeto pontiagudo que se movia sob as mãos dos médiuns, apontado para letras impressas em cartões espalhados em volta de, ou gravados em, uma mesa. Tais dispositivos foram chamados "corbeille à bec" ("cesto com um bico"). O objeto pontiagudo era normalmente um lápis.

Esses dispositivos eram de montagem e operação simples. Uma sessão típica consistia em pessoas a sentar-se em uma mesa redonda, os pés a descansar nos suportes das cadeiras e as mãos sobre o tampo de mesa ou, mais tarde, na própria tábua falante. A energia canalizada dos espíritos pelas mãos dos presentes fazia a tábua movimentar-se e indicar as letras que, uma vez registadas por um dos presentes, formavam palavras, frases e orações inteligíveis. O sistema foi um primitivo e menos eficiente antecessor dos tabuleiros Ouija que posteriormente se tornariam tão populares.

Kardec e a Doutrina Espírita.

Em França, o professor Hippolyte Léon Denizard Rivail interessou-se pelo espiritualismo quando ouviu falar das Irmãs Fox, mas o seu primeiro contato com o fenómeno foi por meio das mesas dançantes ou mesas girantes, dos salões de Paris, em 1854. As explicações para a causa deste, do mesmo modo que o sistema filosófico delas derivado, constituiu a base da chamada Doutrina Espírita (que Rivail também denominou como "Espiritismo", tendo sido a primeira oficialização desse termo, por isso a Doutrina Espírita é o único verdadeiro Espiritismo).

As investigações de Rivail resultaram na publicação, sob o pseudónimo de Alan Kardec, de "O Livro dos Espíritos" (1857), "O Livro dos Médiuns"" (1861), "O Evangelho Segundo o Espiritismo" (1864), "O Céu e o Inferno" (1865) e A Gênese (1868). Em 1858 fundou a "Revue Spirite", que dirigiu até 1869, ano em que faleceu.

Logo na segunda metade do século XIX, muitas personalidades de renome, na Europa e nos Estados Unidos vieram a abraçar o espiritismo como uma explicação lógica da realidade, inclusive de temas relacionados com a transcendência, como Deus e a vida após a morte.

Na atualidade.

O espiritismo possui cerca de 15 milhões de adeptos ao redor do mundo,[19] e o país com mais adeptos é o Brasil,[carece de fontes] com cerca de 3,8 milhões de espíritas. O Conselho Espírita Internacional (CEI) tem 33 países membros, sendo eles: Alemanha, Angola, Argentina, Austrália, Áustria, Bélgica, Bolívia, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Cuba, El Salvador, Espanha, Estados Unidos, França, Guatemala, Holanda, Honduras, Itália, Japão, México, Noruega, Nova Zelândia, Panamá, Paraguai, Peru, Portugal, Reino Unido, Suécia, Suíça, Uruguai e Venezuela.

No Brasil, segundo o Censo demográfico de 2010, o espiritismo cresceu do ano de 2000 até 2010, com um expressivo aumento de mais de 60% de seguidores, passando de 2,3 milhões para 3,8 milhões de seguidores, tendo a maioria destes, idades entre 50 e 59 anos (3,1%), e na comparação com as demais religiões, tendo o maior número de pessoas com ensino superior completo (31,5%) e taxa de alfabetização (98,6%), além das menores percentagens de indivíduos sem instrução (1,8%) e com ensino fundamental incompleto (15,0%).

Allan Kardec buscou incorporar o método científico na metodologia para a fundação do Espiritismo e definiu os pilares da Doutrina como sendo Religião, Ciência e Filosofia; contudo por não tê-lo seguido de forma única os céticos costumam considerar o Espiritismo como uma pseudociência ou superstição. Não sendo considerados ciência por serem corroborados via metodologia que transcende o método científico em estrito senso, os fenômenos espíritas já foram e ainda são contudo objetos de estudos para milhares de pesquisadores ao redor do mundo, que estudaram/estudam o espiritismo através da metodologia inerente ao Espiritismo e muitos deles já apresentaram fortes evidências de conceitos espíritas. Por exemplo, há uma pesquisa efetuada mundialmente pelo falecido professor de psiquiatria norte-americano da Universidade da Virgínia, Ian Stevenson, desde os anos 1960 até 2007, com mais de 2.500 relatos que sustentariam não apenas a existência de espíritos como também a reencarnação.

Pesquisadores que se dedicaram aos chamados "fenómenos psíquicos", citam-se por exemplo:

    Albert de Rochas
    Albert von Schrenck-Notzing
    Alexandre Aksakof
    Alfred Russel Wallace
    Allan Kardec
    Brian Weiss
    Cesare Lombroso
    Charles Fort
    Enrico Morselli
    Erlendur Haraldsson
    Ernesto Bozzano
    Frank Podmore
    Frederic Myers
    Giovanni Vailati
    Guy Lyon Playfair
    Hermínio Corrêa de Miranda
    Hernani Guimarães Andrade
    Ian Stevenson
    James Randi
    Johann Karl Friedrich Zöllner
    Oliver Lodge
    Paul Gibier
    William Crookes

O Espiritismo na cultura popular.

Na cultura popular, muitas obras de arte apresentam ou contêm alusões a fatos, circunstâncias e conceitos que se assemelham a algumas crenças espíritas:

A Bíblia, no Antigo Testamento, regista a prática mediúnica, assim como a proibição de Moisés à prática da "consulta aos mortos", a invocação do espírito de Samuel pelo primeiro rei de Israel, Saul, com o recurso a uma necromante, e, no Novo Testamento, a comunicação de Jesus com Moisés e Elias no Monte Tabor.

A Odisséia, de Homero, na Grécia antiga, regista a crença em que as almas dos mortos habitavam o Hades e que era possível entrar em contacto com eles. A obra narra que Odisseu (Ulisses), rei de Ítaca viajou até à terra dos Cimérios, onde realizou um ritual conforme indicações da feiticeira Circe, logrando conversar com as almas de sua mãe, e dos seus companheiros que haviam perecido durante a Guerra de Tróia.

 Platão, também na Grécia antiga, deixou-nos comentários sobre o "dáimon" ou gênio que acompanharia.

Sócrates. O mesmo Platão utiliza o termo anamnese ("Anamnesis") na teoria epistemológica e psicológica que desenvolve em seus diálogos Mênon e Fédon (e em uma alusão em Fedro), referindo-se a conhecimentos obtidos pela alma em vidas anteriores.

Ainda na literatura da antiga Grécia, o personagem mitológico Euforbo terá reencarnado em Pitágoras.

Ao final da Idade Média, Dante Alighieri, no poema Divina Comédia (início do século XIV), descreve uma viagem sua através do Inferno, do Purgatório, e do Paraíso, primeiramente guiado pelo poeta romano Virgílio (símbolo da razão humana) através do Inferno e do Purgatório e, em seguida, pela mão da sua amada Beatriz (símbolo da graça divina), no Paraíso.

Na Idade Moderna, popularizam-se as narrativas sobre fantasmas e assombração de locais, ilustradas, por exemplo, pela peça de teatro Hamlet (c. 1600), em que o dramaturgo inglês William Shakespeare apresenta o fantasma do rei assassinado demandando vingança ao protagonista, seu filho.

Cinema.

Sole Survivor (1970), um filme para a televisão protagonizado por Vince Edwards e Richard Basehart, desenvolve um enredo que se inicia com a queda de um bombardeiro B-25 Mitchell no deserto da Líbia durante a Segunda Guerra Mundial com a morte de todos os membros da tripulação. Décadas mais tarde, os destroços são localizados e uma equipa da Força Aérea é enviada ao local do acidente para investigá-lo. Os espíritos dos membros da tripulação, inconscientes de sua condição de mortos, continuam no local, à espera de serem salvos por uma expedição de resgate. O comportamento dos espíritos dos mortos nesta história é coerente com os ensinamentos da doutrina espírita.

Joelma 23º Andar (1979), filme brasileiro dirigido por Clery Cunha e protagonizado por Beth Goulart, baseado na obra "Somos Seis", psicografada por Francisco Cândido Xavier. É o primeiro no país com temática espírita e o único que retratou o incêndio do Edifício Joelma que deixou 179 mortos e mais de 300 feridos (1 de fevereiro de 1974).

O Médium (1983), filme brasileiro dirigido por Paulo Figueiredo, narra a história de Adriano Jordão, um médico auxiliado espiritualmente em suas cirurgias.

Ghost (1990), protagonizado por Demi Moore e Patrick Swayze, é uma das primeiras representações de fenómenos após-vida similares aos referidos pela Doutrina Espírita em uma produção cinematográfica. Swayze desempenha o papel de um homem jovem que é morto por um ladrão, deixando a sua esposa (Moore). Ele, como espírito, faz contato com uma médium, interpretada por Whoopi Goldberg e tenta auxiliar a sua esposa antes de partir do plano terrestre. A trama gira em torno da existência e sobrevivência dos espíritos e da possibilidade de comunicação entre os dois planos da vida.

What Dreams May Come (1998), protagonizado por Robin Williams, falecido marido de uma artista plástica que já havia perdido os filhos num acidente de automóvel. A trama gira em torno da existência de diferentes planos espirituais, da possibilidade de comunicação entre eles, e da influência que os espíritos além da vida podem exercer sobre os vivos.

The Sixth Sense (1999), protagonizado por Haley Joel Osment no papel de um rapaz com capacidades mediúnicas, que recebe assistência de um psicólogo infantil (Bruce Willis) que não acredita em vida após a morte. A trama gira em torno da imortalidade da alma e da comunicação com os mortos. O filme teve seis indicações ao Óscar.

The Gift (2000), protagonizado por Cate Blanchett, no papel de uma viúva, médium, que cobra pelos seus dons. A trama gira em torno de dois conceitos importantes para o espiritismo: os bons sempre recebem ajuda nos momentos difíceis e a mediunidade não deve servir a interesses materiais.

What Lies Beneath (2000), dirigido por Robert Zemeckis e protagonizado por Michelle Pfeiffer no papel de uma esposa traída que começa a ouvir vozes e a ver a imagem de uma jovem. É encaminhada a um psiquiatra pelo marido (Harrison Ford) que acredita tratar-se de algum distúrbio psicológico. O filme aborda a temática da mediunidade involuntária, que se manifesta independentemente da vontade do médium e que muitas vezes é confundida com perturbação mental.

The Others (2001) tem como pano de fundo a existência de diferentes planos espirituais e retrata a ocorrência de fenómenos mediúnicos de efeitos físicos, como portas que se abrem sózinhas e ruídos estranhos. Pretende ilustrar o que acontece com espíritos que não percebem que estão realmente sob a forma de espírito, de modo semelhante ao postulado pela doutrina espírita.

Shutter (2004) retrata uma situação razoávelmente precisa de obsessão, completa com representações de manifestações de efeitos físicos e materializações de um espírito.

Passengers (2008) protagonizado por Anne Hathaway e Patrick Wilson. Muito semelhante à abordagem de temas do espiritismo em "The Sixth Sense".

Bezerra de Menezes - O Diário de um Espírito (2008), filme brasileiro dirigido por Glauber Filho e Joe Pimentel. Narra a história de Bezerra de Menezes, o "médico dos pobres". Nas 27 semanas em que esteve em cartaz, de agosto de 2008 a março de 2009 foi visto por mais de 500 mil espectadores.

Chico Xavier (2010), filme brasileiro protagonizado por Nelson Xavier e Ângelo Antônio, fez sucesso no país. Narra a biografia do mais famoso médium brasileiro, Francisco Cândido Xavier, tendo alcançado a marca de 3,5 milhões de espectadores.

Nosso lar (2010), filme brasileiro dirigido por Wagner de Assis, com base no livro homónimo psicografado por Francisco Cândido Xavier, retrata a vida após a morte na cidade espiritual de Nosso Lar. Foi distribuído pela 20th Century Fox e tem a trilha sonora composta por Philip Glass.

As Mães de Chico Xavier (2011), filme brasileiro dirigido por Glauber Filho e Halder Gomes, com roteiro dos mesmos diretores baseado no livro "Por Trás do Véu de Ísis", de Marcel Souto Maior. Narra a história de três mães que, após perderem os filhos, recorrem a Francisco Cândido Xavier na esperança de receberem mensagens do plano espiritual.

As Cartas Psicografadas por Chico Xavier (2012), documentário brasileiro dirigido por Cristiana Grumbach mostrando o testemunho de famílias que receberam notícias de seus entes queridos falecidos por meio de cartas psicografadas por Francisco Cândido Xavier. Foi selecionado para participar da mostra competitiva do 3º Festival Paulínia de Cinema, para o 38º Festival de Cinema de Gramado e para a 5ª Mostra de Cinema de Ouro Preto.

E a Vida Continua... , filme brasileiro dirigido por Paulo Figueiredo, com base na obra homónima (E a Vida Continua...), psicografada por Francisco Cândido Xavier. Narra a trajetória do casal Ernesto e Evelina após a morte.

Televisão.

Medium (2005), série de televisão produzida pela NBC em que a personagem principal, uma médium, auxilia o Promotor Público a resolver crimes. A série é baseada na vida da médium norte-americana Allison DuBois, nomeadamente em sua obra "Don't Kiss Them Good-Bye";

Ghost Whisperer (2005), série de televisão produzida pela CBS, em que a personagem principal, uma médium, auxilia espíritos com "assuntos inacabados" a "fazer a travessia" para a "luz". A série é baseada nas atividades do médium norte-americano James van Praagh, um dos seus produtores.

Crossing Over with John Edward (1999-2004), programa de televisão produzido pelo SyFy nos Estados Unidos e pela LIVINGtv na Grã-Bretanha com o médium estadunidense John Edward.

Depois da Vida (2010), programa de televisão produzido pela TVI (Portugal)[60] e pela Telecinco (Espanha) com a médium britânica Anne Germain, membro da "Spiritual Workers Assotiation". O formato do programa é o de "talk-show", com uma apresentadora, a médium, personalidades convidadas e uma pequena plateia. Na primeira parte a médium descreve os espíritos familiares e suas mensagens à personalidade convidada para, num segundo momento, fazê-lo com pessoas na plateia. No encerramento a apresentadora regista o agradecimento e palavras finais da médium, assim como os comentários do convidado e dos elementos da plateia. A temporada de 2012 do programa apresenta novo formato, com as médiuns Janet Parker (em contato com o público) e Su Downs (desenhado o rosto de quem faleceu e deseja contato com o público).

Telenovelas.

No Brasil, diversas telenovelas apresentaram conceitos de espiritismo:

"A Viagem" (1975), produzida pela extinta TV Tupi, desenvolveu uma trama complexa abordando os conceitos de mediunidade, morte, obsessão, reencarnação, e outros. Conheceu um "remake" pela TV Globo em 1994 (ver A Viagem (1994).

 "O Profeta" (1977), produzida pela extinta TV Tupi, e que também conheceu "remake" pela TV Globo (ver O Profeta (2006)), incluiu o espiritismo como uma das filosofias que tentam explicar os poderes do personagem principal, inclusive o de predizer o futuro.

"Terra Nostra" (1999) incluiu uma subtrama acerca de um jovem obsidiado pelo espírito do jovem amante da sua mãe que havia sido morto por seu avô.

"Alma Gêmea" (2005), produzida pela TV Globo, narra a história de uma mulher que morre e renasce para reencontrar a sua alma gémea.

"Duas Caras" (2007), produzida pela TV Globo, incluiu um personagem chamado Ezekiel,[63] que era anti-cristão graças a manifestações de sua mediunidade.

"Escrito nas Estrelas" (2010), apresenta muitos temas espíritas, tais como a reencarnação, a evolução dos espíritos e a mediunidade.

"Amor Eterno Amor" (2012), apresenta forte presença do espiritismo kardecista, com inúmeras cenas retratando práticas mediúnicas.

Relação com o Catolicismo.

A Igreja Católica, de acordo com uma tra­di­ção que remonta ao Antigo Testamento, proíbe a parti­ci­pa­ção em sessões espíritas, por mui­to liga­das à ideia de reencarnação.

Desse modo, em repetidas ocasiões tem condenado, com extrema dureza, o espiritismo, embora acredite que os espíritas realmente têm contato com os mortos. É exemplo dessa atitude, o chamado Auto de fé de Barcelona (1861).

A Congregação para a Doutrina da Fé, herdeira do Santo Ofício, em 1 de junho de 1917 condenou a prática do Espiritismo e proibiu aos católicos participarem, sob qualquer pretexto de reuniões espíritas:

    "(...) partecipare, con medium o senza medium, servendosi o no dell'ipnotismo, a sedute o a manifestazioni spiritiche, anche se hanno un'apparenza onesta o pia, sia s'interroghino le anime o gli spiriti, sai si ascoltino le risposte, sia ci si accontenti di fare da osservatori, quand'anche si dichiarasse tacitamente o espressamente che non si vuole avere alcun rapporto con gli spiriti cattivi."

Coincidentemente, no ano anterior (1916) fora fundada, em Londres, a Igreja Católica Liberal, independente de Roma, que tem como um dos seus princípios a crença na reencarnação.

O Catecismo da Igreja Católica, inclui a prática do espiritismo entre as de adivinhação e de magia, contrárias à virtude da religião.

Atualmente um novo grupo dentro do Catolicismo, a Renovação Carismática Católica, mostra-se mais aberto ao que os espíritas definem como prática mediúnica, defendendo a valorização de uma experiência pessoal com Deus, particularmente através do Espírito Santo e dos seus dons. Entre as práticas da Renovação Carismática destaca-se a da formação de grupos de oração.


Fonte: Wikipédia

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